Guia do Paciente: o que esperar do pré e pós-operatório?

Análise de paciente no pós-operatório

A endoscopia de coluna é uma técnica minimamente invasiva indicada principalmente para tratar hérnias de disco e estenoses do canal vertebral, tanto na região lombar quanto cervical. Além de ser utilizado para diagnósticos mais precisos, este procedimento é uma opção indicada para pacientes que não respondem a tratamentos conservadores, como fisioterapia ou medicação.

O procedimento utiliza um endoscópio com câmera e luz, inserido por uma pequena incisão, permitindo que o cirurgião visualize e trate diretamente as estruturas da coluna. Não há necessidade de grandes cortes, o que reduz o trauma tecidual e o tempo de internação, além de acelerar a recuperação do paciente. 

Os avanços tecnológicos têm aumentado a eficácia e a segurança deste tipo de intervenção que, com equipamentos de melhor qualidade e instrumentos mais precisos, ampliam as possibilidades de tratamento e diminuem os riscos cirúrgicos.

Diante disso, este guia trará informações sobre o pré-operatório e o pós em relação à cirurgia endoscópica da coluna, que se destaca pela rápida recuperação, mínima dor e retorno precoce às atividades. Ideal para pacientes que buscam uma solução eficaz com o menor impacto possível na rotina. 

Quais são os benefícios da endoscopia? 

Por ser uma técnica cirúrgica minimamente invasiva, a endoscopia de coluna oferece uma série de vantagens em comparação com as abordagens tradicionais. Esses benefícios impactam diretamente na recuperação do paciente, reduzindo complicações e promovendo melhores resultados clínicos, físicos e emocionais.

Confira as principais vantagens da endoscopia da coluna: 

  • Maior precisão diagnóstica e terapêutica: a visualização direta e em alta definição das estruturas internas da coluna permite diagnósticos mais precisos e tratamentos direcionados, com menor margem de erro. 
  • Estruturas vertebrais mais preservadas: com uma abordagem minimamente invasiva, é possível tratar a lesão sem comprometer as estruturas saudáveis ao redor. 
  • Melhor resultado estético: pelo tamanho das incisões, as cicatrizes ficam mais discretas, o que se torna um diferencial em relação à autoestima após a cirurgia. 
  • Menor risco de trauma cirúrgico: ao contrário das técnicas tradicionais, a endoscopia têm acessos pequenos, que preservam os músculos e tecidos ao redor da coluna.
  • Redução do risco de infecções: com incisões mais localizadas, limita-se a exposição das estruturas internas ao ambiente externo, diminuindo significativamente as chances de infecção pós-operatória.
  • Menos dor no pós-operatório: com incisões menores e menos tecido muscular sendo afetado durante o procedimento, a dor após a cirurgia tende a ser reduzida. Assim como a necessidade de uso de analgésicos. 
  • Recuperação acelerada: neste tipo de procedimento, os pacientes geralmente recebem alta no mesmo dia. Além disso, a recuperação tende a ser mais rápida, permitindo o retorno à rotina em poucos dias. 

Riscos e cuidados na endoscopia de coluna: 

Apesar de oferecer muitas vantagens em relação às técnicas cirúrgicas tradicionais, a endoscopia de coluna, assim como qualquer procedimento médico, também envolve riscos que devem ser avaliados. A decisão pela cirurgia deve considerar o quadro clínico individual, os benefícios e as possíveis complicações, tais como: 

  • Infecções: mesmo que o risco de infecção seja menor devido às pequenas incisões e à baixa exposição dos tecidos, ele ainda existe. Especialmente, se os protocolos de esterilização não forem seguidos corretamente. 
  • Danos nervosos: mesmo não sendo invasiva, a manipulação de nervos e tecido próximo à coluna pode resultar em danos, levando à dor, fraqueza ou formigamento em diferentes regiões do corpo. Embora raro, esta é uma complicação que requer atenção especializada.
  • Ruptura da Dura-Máter: essa é uma membrana que envolve a medula espinhal e, quando lesionada, provoca vazamento de fluido cerebrospinal. Quando ocorre, pode causar cefaleia e meningite.
  • Sangramento: o risco de sangramento tende a ser baixo, mas, como em qualquer cirurgia, existe a possibilidade. 

Apesar dos riscos, o período de recuperação costuma ser mais rápido e menos doloroso do que nas cirurgias tradicionais. Muitos pacientes até relatam alívio imediato da dor e melhora na mobilidade, especialmente quando seguem corretamente as orientações médicas.

Por isso, é fundamental um plano de reabilitação personalizado, que pode incluir sessões de fisioterapia para fortalecer os músculos e monitoramento médico regularmente. Lembrando que a atenção deve ser individualizada, respeitando o tipo de procedimento realizado, o diagnóstico e as condições clínicas de cada paciente.

Se você ainda não me conhece, sou o Dr. Thiago Soares, médico ortopedista e cirurgião da coluna, e reforço a importância do acompanhamento especializado nesse processo. Eu gostaria de destacar alguns cuidados essenciais neste período para maximizar os resultados e reduzir o risco de complicações.

O que você precisa saber sobre o pré-operatório? 

  • Realize uma consulta detalhada comigo para conferir seu histórico de saúde, identificar condições preexistentes e avaliar fatores de risco que possam complicar o procedimento. 
  • Na sua consulta, vamos conversar sobre os resultados esperados após a operação para alinhar as expectativas, e assim evitar frustrações com os benefícios reais do procedimento.
  • Faça todos os exames médicos obrigatórios, que geralmente incluem: exame de sangue, urina, de imagem, entre outros.
  • Informe todos os medicamentos de uso contínuo. Lembrando que é fundamental parar com o uso de anticoagulantes, no mínimo 5 dias antes da cirurgia. 
  • Faça uma avaliação pré-anestésica e tire todas as dúvidas sobre o sedativo.
  • Mantenha jejum de 12h para alimentos sólidos e de 8h para líquidos.  

Considerações Pós-operatórias: o que fazer?  

  • Após a endoscopia, é imprescindível ter acompanhamento médico regular para monitorar a recuperação e identificar quaisquer sinais de complicações. Este acompanhamento pode incluir exames físicos, avaliações de dor e, se necessário, exames de imagem.
  • Siga o plano de reabilitação personalizado para maximizar a recuperação. Este plano pode incluir fisioterapia, exercícios específicos e, em alguns casos, mudanças no estilo de vida para fortalecer os músculos e prevenir novas lesões. 
  • Troque o curativo conforme orientação médica (geralmente a cada dois dias ou quando houver secreção); lave com sabonete neutro e movimentos delicados.
  • A operação pode gerar eventual fraqueza e tontura; por isso, o paciente deve ter acompanhamento para andar e tomar banho nos primeiros dias.
  • Após o procedimento, podem surgir sintomas leves como dor na coluna, náusea e vômito, fraqueza, tontura, constipação e retenção urinária, que devem ser controlados por meio de medicações.
  • O recém-operado deve evitar fazer esforço, longas caminhadas, corridas, pegar peso, descer e subir escadas, fletir e girar a região cervical. Também deve evitar ficar sentado a 90 graus por muito tempo – a coluna deve estar o mais alinhada possível.
  • É importante repousar sempre que possível em poltronas reclináveis ou cama, dormir de lado ou de costas, além de fazer caminhadas leves para estimular a circulação e evitar trombose, bem como mobilizar os membros superiores e inferiores, mesmo que deitado, pelo mesmo motivo.
  • O paciente pode realizar procedimentos como tomar banho, andar pela casa e usar o banheiro sozinho, mas de forma moderada. Inclusive, é indicado que se utilize cadeira de banho na primeira semana de pós-operatório. 
  • A alimentação é livre, mas prefira alimentos leves e laxativos, porque os remédios podem causar constipação; também é importante manter a hidratação adequada. 
  • O retorno para avaliação com o médico responsável deve acontecer entre 10 e 20 dias após o procedimento.
  • Após 14 dias, o paciente pode voltar a dirigir e, após três semanas, as relações sexuais podem ser retomadas de forma gradativa.
  • A reabilitação deve ser feita acompanhada por um fisioterapeuta para que as atividades rotineiras sejam liberadas gradativamente. Com o acompanhamento adequado da equipe multidisciplinar de médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, o paciente pode voltar a andar já no primeiro dia de pós-operatório. E, de 30 a 60 dias após a cirurgia, já está apto para voltar à rotina habitual. 
  • Porém, caso tenha febre, dor crônica, perda de sensibilidade motora, de controle urinário e intestinal, abertura do ponto, sinais de trombose (membro inchado, avermelhado, doloroso e quente), saída de grande secreção, que não diminui com o tempo, ou expelir pus, procure imediatamente um médico especialista. 

Com os avanços da medicina e da tecnologia, a endoscopia vem se consolidando como uma das técnicas mais inovadoras e eficazes no tratamento de doenças da coluna vertebral, ficando cada vez mais precisa, menos invasiva e com recuperação acelerada.

Além disso, as técnicas e instrumentos utilizados estão evoluindo para tornar a cirurgia menos agressiva e com orientações cada vez mais simples para o paciente.  Para quem sofre com dores crônicas na coluna, essa técnica pode ser a solução para retomar a qualidade de vida com segurança, eficiência e menor impacto físico e emocional.

Já conhece o meu trabalho? 

Muito prazer, sou o Dr. Thiago Soares, médico ortopedista e cirurgião da coluna. Sou formado em medicina pela USP (Universidade de São Paulo), com residência médica em ortopedia, traumatologia e cirurgia da coluna vertebral pelo IOT-HCFMUSP.

Além disso, sou pós-graduado em dor, pelo Hospital Sírio Libanês. Atualmente, faço parte da Sociedade Brasileira de Ortopedia e da Sociedade Brasileira de Coluna. Tenho mais de 10 anos de experiência e mais de 30.000 horas de estudo sobre a área. 

Mais do que todos os títulos e experiências que carrego ao longo da minha vida como médico ortopedista, acredito que cada paciente é único, com suas dores e seus problemas. Portanto, prezo por um atendimento atencioso, acolhedor, sempre com foco em aliviar a dor e promover o bem-estar de forma segura e eficaz.

Em meus anos de estudos, cheguei a métodos minimamente invasivos, como a infiltração guiada por imagem, que alivia a dor e a inflamação de forma precisa, e a cirurgia endoscópica da coluna, que permite uma recuperação rápida e com excelente eficácia, devolvendo qualidade de vida ao paciente. 

Embora a palavra cirurgia assuste, com esses métodos é possível que o paciente volte a se movimentar sem dores, sem traumas e de uma forma muito rápida. Então, te convido a conhecer mais do meu trabalho nas minhas redes sociais e as minhas especialidades em tratamento para que, juntos, possamos achar o melhor tratamento para você.

categorias e tags

Quem leu este post leu também :)

Tudo o que você precisa saber sobre a cirurgia minimamente invasiva na coluna

Muitos pacientes adiam o tratamento da coluna por medo de cirurgias invasivas e de “parar a...

Como diferenciar dor muscular de um problema ortopédico mais sério

A dor muscular depois de uma atividade física é algo bem comum. Muitas vezes, esse incômodo...

Cirurgia nas costas tradicional ou minimamente invasiva?

Para quem gerencia a saúde da família, tomar decisões seguras e de menor risco é propriedade....

Dor nas costas: por que alguns tratamentos não resolvem?

A dor nas costas é um problema que atinge milhões de pessoas no mundo todo. Em...

O guia essencial para escolher um bom médico ortopedista

Conviver com dor não é algo que deva ser normalizado, especialmente quando o incômodo é em...

Como saber se alguém da sua família precisa de um ortopedista?

Normalizar a dor é um dos grandes riscos da nossa vida moderna, agitada e corrida. Porém,...